domingo, 1 de fevereiro de 2009

AHHHHHHH!

Que vontade de gritar... Já Fevereiro e posso dizer que ainda estou em Julho e nem enxerguei Janeiro passar. Eu trabalhei como ”free lancer”, enxagüei pratos. Escutei Rolling Stones, dormi cedo, dormi tarde. Mas parece que o tempo é o maior estripador de todas essas agonias. Tento escrever e tenho crises de perfeccionismo, mesclados a vícios de linguagem. Repito sentimentos, repito palavras. E por isso tenho vontade gritar.... Por repetir coisas, ou pelas coisas se repetirem.
Vida, passos, passos vidas. Livros cheios de traças, um escritor cheio de traças... Um conto de cinqüenta e nove folhas que nunca se adapta num final adequado. Casa e paredes que parecem estar interligadas numa atmosfera paranóica de pó e fuligem. Alguém entende o que é loucura? Na idade média acreditava-se que a loucura era a marca da besta (dá pra acreditar....?). No século dezenove, a loucura virou sinônimo de genialidade. A moda era um matemático sofrer de esquizofrenia ou sair de pijamas pela rua.
A loucura é relativa, todos nos sofremos de alguma dose que nos enlouquece. Fixação por chocolates, fobia por aranhas. È exato, todo ser humano sofre de alguma anormalidade.
A minha com certeza deve ser alienação combinada com vários complexos dramáticos. Algo como superar uma queda, sempre aguça minha mente. Sou mestre em introspecção, mestre em ficar perdendo meu tempo com blogs e algo do tipo. Mestre em voltar para o limbo sorrindo e logo voltar chorando.
È, eu assumo minha loucura. Assumo dar cambalhotas para trás na faixa de pedestre. Assumo fazer caretas para crianças com menos de sete. Assumo sofrer uma mutação ligada as máscaras cênicas do teatro... Algo meio Otelo/Chaplin. Substancia terrível de tristeza e alegria em que pulsa desesperadamente em menos de dez segundos.
Levantar risos, fazer chorar...
Moldar o rosto, ter nariz de palhaço, feição de mímico... Coração de poeta que perdeu sua amada. Aborreço com minhas definições de mim mesmo. Mas fazer o que, o grito é meu... Afinal como diria Lispector (Lispector? Isso até parece marca de aspirador).

“O que não me falta é ter esse direito ao grito”.

Então eu grito, ou melhor, escrevo que gritei... Ou grito enquanto escrevo. (Grito camuflado).


3 comentários:

Anônimo disse...

esses gritos sempre estão camuflado em nós ...

so que as vezes não vemos e nem sentimos essa vontade de gritar ...

Ciccone disse...

Quando eu leio esses seus textos, que resumem você..eu quase posso ouvir você dizendo estas palavras.

K disse...

uau, nao tinha lido mais o seu blog, mas muito bom essa de cronicas....



estrnho ou nao, eu consigo sentir com vc...