sábado, 28 de novembro de 2009

Coisa nula!


Doenças novas que são catalogadas... Toxinas desconhecidas que limitam o corpo a cair. Todos os dias um túmulo novo é levantado. Todos os dias... Ossos que se encontram com a terra.
Vida que morre!

Minha clarividência está nas pessoas vivas, enxergo cada fantasma num distinto lugar. Eles não existem mais. Perderam aquilo que os distinguia. Eles não existem, pois deixaram que todas as reações mínimas perdessem o significado. Eu não acredito em espíritos desencarnados, mas já vi esses feitos de carne. Encarnados numa trajetória sem sentido.

São niilistas, gananciosos e estão por toda parte.
Conceituam uma extensão de coisa perdida, uma compaixão compacta e resumida...
Colecionam livros de auto-ajuda... Negam a existência em conjunto com o outro, tentando dissertar o que é viver!

Nada de estudar com a história, nada de ouvir o que mais um tem a dizer. A surdez é algo que a espécie precisou desenvolver. Foi necessário não ouvir para resistir. Foi necessário tampar as orelhas para garantir um pão na mesa, um café cheio de hipocrisia.
Negar para ser negado!

Lema constitucional das escolas públicas. È tanta demagogia que palavra em si perde seu significado.

Sempre cercados, sempre envolta... Sempre sozinhos temendo a si mesmos. Temendo uns aos outros. Niilismo conformado.
Acredita em fantasmas?

Esses que cercam paredes, esses que correm ao banco. Esses que vivem uma vida morta e desgastada.

Espectros voluntários de cor nascente. De vida transparente, vivendo a resolução de cada amanhã consumado.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Toujours

—O que é uma alma?
Pergunta a garota, ingenuamente olhando o teto.
—Acho que é algo que a gente enche de coisas e cobre pra ninguém ver! Algo que faz a gente pintar figuras na folha.
Responde o rapaz com uma expressão de quem sabe muito sobre almas.
—Pensei que alma fosse aquele papel que a gente usa embaixo da folha!
Aguça ela.
—Não! Aquilo se chama, papel que se usa embaixo da folha... Alma é algo muito complexo.
Completa ele.
—Eu acho que eu não tenho uma alma!
—Claro que tem! Todo mundo tem alma, uns tem alma de artista outros de agricultor... Conheci uma garota que tinha alma de vaca!
O silêncio cresce, a garota odeia quando o assunta chega em outras que não seja ela. Depois de algum tempo ele corta o clima:
—Você quer?
—O que?
—Minha alma! Ela só me trouxe problemas até agora, se quiser pode levar...
—O que eu vou fazer com duas almas?
—Eu não sei! Nem sei o que faço com a minha!
—Acho que eu não quero não!
—Então ela vai pro lixo! Ta ocupando muito espaço, sabe? Quase todo o meu ser! Me decidi, vou jogar fora! Afinal ninguém gosta dela mesmo. E eu vou acabar morrendo de febre por escutar a minha alma no pedido por chuva!
—Tudo bem! Eu quero vai!
—Tarde demais, já foi para o lixo.
—Ahhh! Mas eu queria!
Suspira a garota... Suspira porque ela o ama e sente isso na alma. Algo que brota intensamente trazendo a necessidade de falar com ele, algo que ela não consegue expressar. Algo que a faz divagar em pensamentos na aula. Algo que agora ela sabe definir bem!
—Tudo bem! Eu a reciclo é sempre bom reciclar uma alma...
—Se você quiser... Podemos compartilhar a mesma alma!
—Eu...
O rapaz fica calado, e ela o beija... Os olhos dele traduzem o que alma intensifica: amor.

Um País


Eu criei um país para vivermos em paz. Eu e você, você e eu!
Escondido das desilusões, perto de todos os sonhos...

Nosso país não possui distância, nem preconceito, despeito ou ganância. Lá a neblina é alta e a grama verde clara. Tão imensa e acalorada que desbota por toda serra até a costa.
Lá, os habitantes só falecem por desgaste de vida, quando aposentam ou somente quando o sonho se realiza.

Em nossa terra não há haverá limites de população, taxas ou períodos de desilusão amorosa.
Teremos todo um continente para nos amarmos sem interferência de quilômetros, chacinas ou desamparo financeiro. Teremos nossos encantos em meio de cantos e de tantos apegos. Sem guerras, ou finais sozinhos... Criaremos leis de amparo amoroso, abraços coletivos e festas anti solitárias. Para nunca sobrar tempo a melancolia...

País que se localiza bem ali em qualquer lugar, na esquina na rua na beira do mar.
País perfeito este...
Que estará onde você está!

sábado, 7 de novembro de 2009

Sabado para quem quer sabado!


È a merda de um sábado chato! As pessoas andam pra cima e pra baixo com guarda chuvas para tampar o fator gama do sol. A maioria nem sabe disso, não sabe do câncer de pele, da radiação solar ou sobre novo filme do Hulk! A única coisa que é exata fica com que as novelas dizem ou a moda de andar com uma “sombrinha “ com a cara da Madona estampada na lateral.

È sábado e o tédio parece arrancar cada centímetro do meu pulmão. Metade dos meus amigos desceram para Praia a outra metade faz cálculos para faculdade de engenharia. Já repassei mil vezes um evento que eu possa fazer, mas é tedioso demais. Poderia ir ao Shopping tomar um refresco, mas seria solitário passar um sábado olhando o reflexo de um copo de suco! Poderia ir ao cinema, assistir um filme nacional para rir de algum palavrão de excesso dramático, contudo o clima romântico de sábado num cinema me deixaria deprimido!
Revejo os números da minha agenda eletrônica no celular e nada... Somente uma mensagem de fora de área! Se não me faltasse carro ligaria o motor e dirigiria até encontrar o último por do sol.
Ah! Tudo é tão sábado... Tudo tão cidade pequena, de dia atrasado de nada a fazer.
Sento no sofá e abro as centésima pagina de uma biografia idiota de um escritor Best seller. Não faço idéia quantos livros consigo ler quando o tédio maltrata minha alma. Eu sei que daqui a pouco vai vir o desespero. Começa com a falta de inspiração, depois vem  a culpa, o medo, e por último o desespero! Quando isso chega não importa quantas linhas você leia, sua vida fica sem sentido. E quando a vida fica sem sentido todo sentido é um sentido perdido!
È sábado e aposto que algum judeu proclama Sabbaoth em alguma sinagoga em Israel.

Sábado que acordei em instante agora... Sábado com trilha sonora acelerada.             
Eu sei os poetas não deveriam viver tanto! Sou o único da minha época vivendo um sábado de lentidão.
Alterno não sei quantas canecas de café para ver se meu estimulo chega, minha esperança dilui em liquido negro açucarado. Meu dia é uma ulcera descafeínada, cheio de bancos que deixam resíduos de má postura. Cheia de talento mal desenvolvido, sem diploma universitário, sem livro publicado. Meu dia é um sábado parado, um sonho quebrado cujo final sempre acaba na melhor parte. Sempre acaba na tarde de um sabado chateado.