sábado, 26 de dezembro de 2009

O Pessimismo Segundo Quem perdeu as asas!


A bomba estoura, não importa quantos panos você encubra... Uma dinamite sempre será uma Dinamite!
È tudo uma questão de química... Nitroglicerina pura! E ai meu irmão! Quando o negocio explode, você vê até as tripas dançarem!
E assim que as tripas dançam, é impossível ter o corpo limpo de novo!
Você pode contar um, você pode contar dois, pode contar até três. Mas nada volta! E o seu corpo ainda continua ensebado de sangue. Então você lava, mas ainda sente aquele cheiro, ainda imagina as células vermelhas cobrindo tudo... Droga! Você imagina... E fica imaginando toda aquele sangue coagulando seu corpo.

Então me diz qual é o seu discurso de otimismo pra isso?

O lance é que você não pode chorar porque sua mulher foi embora! Ou por abrir a tampa da latrina e encontrar um monte de fetos mal desenvolvidos boiando igual merda na privada... São apenas alguns filhos que não deram certo, certo?
Abortos incondicionais de alguma coisa que apodrece no seu braço e não tem como amputar!

È tudo uma questão de gordura! O negócio é sentar a bunda numa poltrona velha e assistir a merda de um filme tosco comendo feito uma vaca..
Quanto mais gordura mais fetos nascem no seu braço. Mas quem liga com um pedaço de carne morta, quando se tem metros e metros de carne nova ampliando em baixo da epiderme! È lógica pura!!!

Então me diz qual é o seu discurso de otimismo pra isso?

Todo dia um pássaro é morto por linhas embedidas em cerol...Todo dia aquelas mesmas asas permanecem quebradas, incapaz de voar! Incapaz de simplesmente voar!

Qual é o seu discurso de otimismo dessa vez?
Qual é o maldito discurso de otimismo que ainda faz com que você minta para os fatos?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Meus nem tão complexos, sobre o então Natal

Estamos bem perto do natal, pouco menos de uma semana ou quase isso!
Antigamente eu ficava mais eufórico com essa data. Não sei se era por causa dos últimos dias de aula, ou pela espera ansiosa por um presente... Mas eu amava dezembro, amava ler histórias natalinas de renas caindo, ou de uma realidade de pinheiros e neve que eu nunca vi! Meus olhos brilhavam com os fogos da meia noite e como era bom! Como tudo era perfeito na véspera de natal!
Mas então o tempo passa e por algum motivo você entra na maldita idade da razão. E um condenado prova que o papai Noel é apenas um gordo rechonchudo filho duma puta que palita os dentes enquanto faz compras no Wall Mart!
São apenas cacos de um espelho quebrado. Todas aquelas coisas que você só consegue distinguir depois de um tempo, e depois define como complexo.
A escrota realidade do dia a dia!
E assim a ficha cai! Pequenas lembranças antes reprimidas numa espécie de proteção mental, agora escapam como ponto analítico disso que alguns nomeiam: “vida adulta”. Então todos os natais verdadeiros aparecem, em cenas curtas... Me lembro como se ainda estivesse lá. Tudo corria bem e já era meia noite, minha barriga estava cheia. E eu me encontrava deitado na sala assistindo a programação de natal. Quando uma briga de vizinhos invadiu meu mundo, algo que começou na rua e acabou no meio da sala de casa.
O marido cobria a mulher de socos. Enquanto o ciúme queimava sua alma... Da boca da mulher escorria uma saliva misturada ao sangue, que ela tentava encobrir através de um pano de prato com desenhos de flores que segurava contra a boca.
As filhas deles estavam ali, gritavam para que ele não batesse na mãe. E como éramos vizinhos a mulher pediu amparo aos meus pais, invadindo a casa como um fiel implorando clemência ao santuário...
—Por favor!
A mulher implora!
—Grrrr!
O marido rosna a ceia não foi o bastante para ele, ansia cada pedaço da carne dela.
E meus olhos fragmentaram cada minuto daquele caos natalino. A realidade é dura demais para algumas doses de espumante! Aposto que o marido daquela mulher bebeu algumas garrafas de velho barreiro com um pedaço bem suculento de carne de porco e sentiu igual ao animal que digeria! Não me lembro como acabou aquilo, mas não houve sirenes policiais... E pelo que eu sei, os dois estão juntos até hoje. (Acho que para algumas mulheres a força de uma pancada tem o mesmo encanto do que uma poesia sussurrada).
È claro que aquela cena acabou com a ceia de natal que acontecia por milagre dentro de casa. Minha família sempre foi um lar de opostos que se agüentam (ou tentam se agüentar). Portanto não havia ceias com grandes frutas e crianças brincando de pega-pega pelo quintal.
Acontecer uma ceia em casa fazia parte do que os padres chamam de milagre natalino, um milagre que se desmanchava antes da meia noite. E os cacos do espelho novamente eram jogados... Uma tia minha sempre bebia demais e acabava tudo na divina sinceridade humana. È como aquele provérbio antigo diz: In Vino veritas! (No vinho a verdade). E todos nos sabemos como a verdade reage com a hipocrisia!
As ceias acabavam em soluços de choro, ou risos de fuga em meio a caras desconfortadas das minhas outras tias. Contudo ainda éramos crianças não entendíamos a hipocrisia, só queríamos uma ceia de natal que não acabasse em intrigas. Meu natal nunca foi um natal comum, além da ceias desastrosas havia também os princípios dos meus pais sobre a lenda do papai Noel. Eles achavam errado influenciar a crença do bom velhinho.
Na concepção dos meus pais (especialmente da minha mãe) mentir para um criança dizendo que renas e o pólo norte guardam uma fábrica brinquedos é algo injusto. Portanto eles deixavam bem claro que aquele “velho barbudo” não existia. Com Papai Noel ou sem Papai Noel, mesmo assim eu e meu irmão tínhamos direito de escolher um presente de fim de ano.
O acordo era não “repetir de ano” na escola , e ter sempre boas notas, daí ganhávamos o presente desejado.
O engraçado que mesmo com meus pais deixando bem claro que a ficção do Papai Noel era algo bobo, eu (com meus seis anos na época) ainda esperava crente que ia ver um trenó sendo guiado no céu. Acreditei em Papai Noel mesmo sem ninguém ter me deixado acreditar!
Hoje apesar de não concordar, eu entendo o lado dos meus pais... Tiveram uma criação rústica (típica do interior) então achavam boba essa coisa de magia natalina. Meus pais sempre foram céticos em questão aos ritos sociais, ceias, ou ovos de páscoa e fadas do dente. Apesar de serem muito carinhosos nunca influenciaram o lúdico no nosso cotidiano, não faziam com que escrevêssemos cartas pedindo brinquedos, ou certificavam a existência de elfos no quintal.
Parece bobo, mas essas crenças infantis ajudam na formação mental de uma criança. Uma criança que acredita em algo bobo como a existência do Papai Noel, aprende a conquistar coisas impossíveis e cresce limpo de partículas de pessimismo na estrutura de sua personalidade! È obvio que uma criança que cresça sem sonhos lúdicos (sem a crença no velho barbudo), não vai ter fé em si mesma no desejo de coisas impossíveis! E assim não conquistar nada de porra nenhuma!
E esse nada de porra nenhuma, acaba com todo sentido de achar um sentido na vida!
Não vou enumerar o caos social em que vivemos. È fato que a nossa sociedade há tempos não forma princípios para um bom caráter ou ensina algum senso humanitário para convivência, quem dirá para a crença de algo tão bonito como o natal!
Todo mundo sabe, que o natal não se trata só de uma fé pós- cristã imposta pela igreja para gerar mais tarde (lê-se, hoje) os sorrisos de grandes empresários no lucro da venda. O natal é de um significado bem mais vasto, para não dizer mais antigo.
Os celtas já comemoravam o dia 25 bem antes de Jesus vir ao mundo. Na verdade todos os costumes referentes a essa data foram adotados (para não dizer roubados) pela cultura neo-cristã. E naquela época já era comum a união da família, a confraternização, dança e árvores decorada.
Pode-se dizer que esse sincretismo religioso uniu a “bom vinvancia” dos celtas, com o a face caridosa dos que ainda dividem o pão (os verdadeiros cristãos).
Para aqueles que pensam que o natal é apenas feito de algumas cervejas geladas e de muito espumante barato, eu deixo aqui a dica para ouvir uma boa música celta típica desse feriado. (vale até aquela do sapatinho na janela).
Talvez se as pessoas se embriagassem menos, e amassem mais a confraternização entre conhecidos e desconhecidos.... Talvez se ainda houvesse o hábito de contar uma história bonita para que as crianças pudessem sonhar a meia noite... Eu ainda guardaria a esperança de amar o natal como antes!
Pois, não importa o quanto às lembranças sejam fortes e tragam os cacos do espelho de volta. Se ainda houvesse calor humano, e não solidão... O meu natal seria menos solitário e crente desse amor que tanto faz falta nas pessoas!

Boas Festas!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Contra indicação


Aqueles olhos expressavam dor. Tingidos de matéria, abriam e fechavam tecendo lágrimas...
E a dor habitou seu peito. No momento todas as portas se fecharam, e todos os demônios brotaram do inferno. Ele fechou os punhos e desacreditou em si mesmo.
E naquele instante, não mais que aquele instante, se esqueceu dos amigos e se deixou levar pela dor.
Os grandes feitos ilustravam sua mente (pequenos em questão de ato, mas grandiosos em virtude) o aborreciam ainda mais... Trazendo uma nítida noção de falha.
Ele recusou a vida, disse para as paredes que queria parar de existir.Foi até a esquina, entrou numa farmácia e perguntou para um atendente:
—Você tem algo para cessar a existência?
—O que?
Questionou o atendente. Naquela farmácia perguntas assim não aconteciam.
—Algo para parar de existir! Uma boa receita capaz de apagar toda essa matéria de carne talvez?
Tentou outra vez o moço, sendo um pouco mais explicativo.
—Desconheço algo assim!
Afirmou o atendente.
—Então o que me recomenda?
—Tempo!
—Por que tempo?
—È o ideal para os sintomas do senhor, já que nenhum ato de abolir a existência dura mais que algumas horas...
—E se durar mais que uma hora, o que eu faço?
—Espere mais uma hora! E depois mais uma hora, até que alguém toque a campainha e te chame para sair. Ou até cair uma garoa que vaze pelas goteiras e molhe seu rosto... E se isso te irritar. Espere alguns instantes com fé que a chuva passe. Para enfim ver o céu limpo!
—Eu não entendo esse remédio!
—Mas não é preciso entender, os remédios são todos assim... Basta ingerir algumas doses e logo você está bom! E no final você nem vai saber ao certo o que ingeriu!
—Tem certeza, que ficarei bem com esse remédio?
—Talvez!
—Talvez? Como assim talvez! Você não me garante melhora?
—Olha! Não existe uma contra indicação, mas como todos os medicamentos esse também têm reações adversas.
—Quais?
—Overdose de vida!
—E isso é lá ruim?
—Existe casos e casos... Um senhor que tomou o remédio semana passada, reclamava de ter uma vida vazia. Depois que utilizar a receita, ele conheceu a eternidade de um dia... E a vida vazia que ele tanto reclamava, virou algo cheio de coisas que ele mesmo não sabia de onde saía. Já para uma mocinha que também utilizou da receita, essa sensação de intensidade do dia valeu tanto que a coitadinha acabou ficando com overdose de tudo!
—Não me diga!
—Digo sim! O tempo pode ser algo assustador visto de um ângulo mais sensorial. Tempo produz vida. E uma vida intensificada em tempo, gera sinestesia aguda! È o que a super dose dessa receita traz... Vai levar?
—Vou tentar, quer dizer... Vou levar!
—Ótimo! Vou embalar para o senhor! Já ia esquecendo, o que levou o senhor a querer cessar a existência mesmo?
—Dor!
—Entendo! Então não seria melhor o senhor ter levado um Doralgina?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Naipe rasgado



Existe uma vontade que cresce e avassala todo e qualquer sentimento de queda.

Algo que a manhã exala. Cheiro de recomeço!
Um escasso feito de paisagens conhecidas pelo mundo... Morros grandes, monumentos de cimento e grandes vales! Mostram o recomeço!
E então toda decepção acaba. Todos o erros são grafitados com uma escrita simples de uma miragem infantil: Recomeço!

O castelo de cartas desmorona pela brisa calma e confortadora... Entre reis e valetes, a dama de copas é a única que cai virada. A dama de copas incide em evidência enquanto tudo resta em ruínas: Recomeço!
O anti séptico arde posto na ferida aberta... A água tira os cacos que ainda permanecem presos na carne. Curativos aderentes: Recomeço!
Carro morto na contra mão... Buzinas e xingamentos de longa data... Ponto morto, chave enguiçada e o carro anda: recomeço!

O corpo colide com a terra sem pulsação iminente... Todos os segredos se perdem, todos os motivos acabam: RECOMEÇO!
Toda gota de orvalho, toda questão inacabada... Todo fim de tarde que guarda um desejo incompreendido... Desatado, desconexo ou vendido!

Restaure o Recomeço!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sono!


É sexta feira, imagino que toda sexta feira é igual a quase todas as sextas feiras. Eu não dormi na noite passada, portanto completo agora muitas horas de sono que não tive! A luz do monitor me mantém bem acordado. Não sinto sono, na verdade não quero sentir. Preciso equilibrar meus minutos perdidos, preciso dormir normalmente, pelo menos uma noite... Troco palavras com pessoas no Messenger, alguns olas, tantos outros tudo bem...
Será que tudo está bem mesmo? Depois de algumas horas totalmente desperto eu desencadeio pensamentos sem pensar. Estado alfa! Isso! Me lembro de ter lido isso numa maldita enciclopédia no trem. A mente fica área, formigamentos na mão, estado de criação suprema! Ritmo cerebral baixo e fala incoerente... Os sabichões dizem que entramos em alfa a partir da meditação, droga! Eu não meditei, só estou sem dormir! Tinha que entrar em alfa?
Tudo que eu queria nesse instante era não dizer o que sinto de maneira jogada! Devo ter discutido relações pessoais, casos antigos com ex-namoradas e temas políticos com todos os meus contatos do MSN.
Essas coisas afetam a mente!
Estou estimulado agora. Posso pular vinte cinco vezes e depois trabalhar em ritmo de maratona. Tomo banho em estilo karaokê, viajo toda linha musical dos Smits, fazendo o tom grave do Kurt. Saio do chuveiro ouvindo algo como acabar com toda água do mundo. È tanto exagero que dá vontade até de cai na cama e nunca mais acordar. Não!!!! Não posso dormir, ainda é preciso sobreviver a ao sono!
O maior inimigo de todos os tempos, o malfeitor dos insones. Aquele que faz com que você durma na poltrona do cinema, aquele que te derruba no ônibus lotado e as vezes até faz com que você babe na janela:O sono!
Mr: Sandman para uns, João pestana para outros. O sono é o começo do sonho, a partida para o pesadelo. O recesso da mente. Pode-se dizer numa linha mais poética que não vivemos sem sonhar. Assim como não podemos viver sem dormir. È altamente prejudicial à saúde do nosso corpo. Podemos atingir meses sem comer, mas poucos dias sem dormir!
Ficar três dias sem pregar olho pode gerar seqüelas gigantescas. Tanto é que na ditadura militar uma das piores torturas era deixar uma pessoa sem dormir. Só de pensar nisso me dá sono!
A maioria das pessoas que tem insônia procuram estimulantes para o sono. Leite com abobora, luz azul... È cada estimulante estranho que dá mais vontade de dormir. Sempre achei que o maior estimulante para sono é permanecer acordado! Parece idiota, mas o sono dá sono!
Enquanto escrevo isso eu o vejo anoitecer o dia, minhas pálpebras já recusam ficar olhando as palavras. Quando estava no ônibus tudo que tive vontade fazer era dormir. Deitar-se na cama e logo entrar no mundo de Morpheu. Invadindo o domínio de Hipnos... Até o galo cantar na manhã seguinte.
Dormir e acordar. Sina nossa de cada dia.