segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Raiva para quem não quer


O modo rápido como desencadeamos a raiva, sem mostras de compaixão erguidas no tempo. Sem repudio de quem é vitima. Raiva é uma questão humana de instinto ao senso de vida, a amostra absoluta de que somos pedaços ignorantes de partículas em evolução. Parte mental que não presta. Afinal os ombros endurecem devido a elevação mental do stress, e o nosso cérebro orgão que supostamente nos diferencia em base das outras espécies, minimiza o oxigênio circulado. Gerando uma decadência interna.

Raiva em olhos vermelhos, raiva em murro frontal. Mas o que vem depois dos nervos cerrados? Da mandíbula exposta? Das palavras desnecessárias que corrompem um casamento, raiva estimada num filho. Manchas pretas de rancor punido. A raiva pode ser vinculada a uma simples poeira de um pensamento interrupto, liberada em palavras ou num tiro de quarenta em cinco arremessando miolos nas paredes. São atos de fúria, mas e a raiva serena? Aquela que supostamente não fere a carne? A raiva camuflada essa que não deixa um jardim de mortos apaziguados no chão...


Produz sintomas piores do que violência ativa. O que diria dona Josefa há quinze anos atrás quando espancava as crianças em praça publica. O que diária ela quando soubesse que o filho sairia de casa aos dezenove sem deixar rastros. Que naquele mesmo ano ela adoecesse e como não tinha ninguém para o amparo, morresse largada com ecos de arrependimento pelo quarto. O que diria ela se soubesse que uma atitude diferente mudaria os fatos rasantes dos últimos minutos de sua vida... Que a formula mágica para consertar tudo aquilo fosse amenizar sua ira, e então a raiva não dispararia os batimentos cardíacos e assim não desgastaria seu coração.

Sim! A raiva é nossa purgação de desespero, o nosso calcanhar de ação mal feita que desencadeia emoções imprevistas, não em nós mesmos é claro. Porém naqueles que transferimos este pesado fardo. Este fardo em que transparece futuramente em forma interna como veneno e morte. Raiva para aqueles que não amam. Raiva para que possamos averiguar que na verdade a raiva não serve para nada além de um pedido de evolução humana, de terapia interna... Para que a raiva jamais seja usada.

Raiva para quem não quer mais ter raiva.

Nenhum comentário: