domingo, 2 de novembro de 2008

As rosas que lá deixei


—A carruagem ainda corre —Dizia ela—vamos ainda é tempo para refletir tudo o que passamos...
Meu coração para sempre restará em você.
Se eu pudesse gravar aquelas palavras antes de ter proclamado adeus, se pudesse encontrar alguma forma de parar estes espíritos que dançam a sós no escuro. O brilho das estrelas junto aos teus olhos, meu canto hoje surge em mi bemol. Você falava sobre a eternidade, eu aceitava o inacabável sem prova de partida. Sem prova de que nada pudesse acontecer ao teu corpo... Fizemos juras perto daquele carvalho, lembro de sentir o teu perfume misturado aquele sol manso de outono. Se ao menos eu soubesse....
Jamais te entregaria ao dia, jamais te deixaria partir. Se ao menos eu soubesse de seu encontro com o destino.
Os filósofos debatem sobre a eternidade, os piratas arrebatam os tesouros.
E eu o que faço além de esperar o brilho eteno dessa alvorada sem volta? Minhas últimas palavras foram de alerta, sequer eu pude dizer que te amava. Minha ultima imagem foi o desvio de tua face e logo aqueles lindos cabelos longos que tentavam lançar as tuas deixas de adeus.
Não posso poupar palavras quando vi o teu corpo desfalecido arranhando minha alma que agora jazia em perdição. Meu coração batia partido em compassos que estampavam o que menos quisera sentir. Meu acalanto vinha de outras pessoas iguais a mim, pessoas que viam você como laço de vida. Não queria ver as tuas mãos paradas sem aquela cor rubra que me tocava esperança. Nosso o último beijo fora aquele que deixei em sua testa, beijo gelado com cheiro de flores ressecadas.
Jamais perdoei os anjos por te enterrarem aos meus pés, jamais os perdoei por terem cantado aquele réquiem de conformidade. Naquele dia meus olhos despertaram lágrimas, minha garganta pronunciou súplicas de volta... Mas nada trouxe sua alma até mim.. Você tinha quinze e eu dezesseis, o que poderia acontecer se eu parasse os teus passos naquela avenida e dissesse:
"Não atravesse essa é a ponte, não se deixe morrer.... Não se deixe morrer."
Se ao menos eu soubesse, o que teria acontecido? Se não uma face menos mórbida do que me acostumei a ter. Parte do que era meu se foi naquele dia... Parte minha que morreu nos teus braços. Parte de mim ainda são aquelas rosas que lá deixei... As primeiras que te dei, as últimas que lá deixei.

3 comentários:

LeLe disse...

bacana!
eu sempre venho aqui e vc me visita sempre, cade meu link me!
oO hahaha hugs!

_Máah_ => disse...

' Parte minha que morreu nos teus braços '

porque a gente só quer ouvir o que o coração tá morrendo de vontade de falar. cada um sabe oq quér ouvir, é sempre assim ;)

otimo seu texto viu ^_^

beijos ;*

K disse...

arrepender-se do que não fez...


ato tão comum aos seres humanos...

mas sempre sera assim, nos nunca aprendemos mesmo...


...


e é isso ai!

a vida continua[ ou não]

mas ja q vc sempre se culpa, tenta agora fazer as coisas que deseja, ao invez de deixa-la partir para o outro lado da ponte...

bjsss


t adoro!!

[casa comigo?]