sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Vislumbre essa aurora esquecida

Acorde para uma manhã pálida, faça um dialogo com o céu de mármore fúnebre. Cite todas as quedas, todos os enganos. Todas suas desilusões por ter existido.

Transforme todos os carinhos em acidez, todos os beijos em escarro.

E engula o teu rancor com o mesmo sabor que degustas um chocolate.

Durma contando quantos corpos ainda apodrecem em teu cemitério, escute o lançar dos gritos de pânico em seu travesseiro.

Resgate seu ódio em troca de todos os perdões, resistas a essa dor e encontre o escuro. Ou deixe que escuro absorvas tua dor.

Guie-se pelo silêncio e não se importe se todos se importam, simplesmente ignore todas as palavras de calma.
Decline até a forca, traga a essência de um rubor, puxe a força de um escárnio. E aguce o teu sorriso para a parte negra da lua.
Queime todas as fotografias, alavanque seu orgulho....

Deixe-se fenecer todas aquelas merdas que nunca ousou conceituar de merda.
Deixe as vozes tristes, escreva poemas de ultima estância existêncial.
Por um dia perca esse maldito equilíbrio. Beba dessa taça gelada e incolor. Enxergues a verdade sobre o amor. E quebre todos os corações possíveis, assim como fizeram ao que está dentro de seu peito.

Uma vez deixe que felicidade se suicide
Uma vez mais, acuse o mundo e não á você

E faça de suas emoções o lixo que a sociedade um dia o fez acreditar que é. Mais uma vez vislumbre essa aurora que jaz esquecida em tua memória.

Um comentário:

Felipe Anjos disse...

não se importe se todos se importam, simplesmente ignore todas as palavras de calma.
isso é muito intereçante...
as fotos todas em chamas isso apaga o que vemos, mas como apagar o que fizemos ?
....