domingo, 2 de novembro de 2008

Retrospectiva De Um Outubro Sem Sol


Outubro se foi, halloween vazio. Sem caça aos fantasmas, sem cara de sangue dessa vez. Pra falar a verdade não senti o halloween desse ano. Acho que faz parte de mais uma mudança, essa não tem café ou doces ao meio dia, que seja também sem ousadia.

Queria postar essa retrospectiva no final do ano, mas aqui vai:

Eu acordei numa terça de janeiro, com a minha cicatriz escassa sangrando como em cinco anos atrás. Disse para mim mesmo que jamais teria cacos jogados no pescoço outra vez, bom não foi bem assim. Tive que ver os mesmos olhos de um inverno onde não houve verão. Outra vez fui resumido a migalhas e agora por conseqüência minha. O primeiro emprego se foi junto ao stress de Natal, não havia mais caixas, e o cheiro das sacolas que impregnavam nos dedos também haviam desaparecido. Meu nome não era mais pronunciado com uma sigla numérica, e assim vi metade de mim ser deixado outra vez numa data. Sobrevivi até Fevereiro, encontrei como refugio outras canções e as aulas de tcc. Meu coração ainda em cacos se mantinha, não vi preocupação ou zelo nesse tempo. Minhas poesias fúnebres davam origem á uma narrativa estranha, enquanto meu estomago embaralhava minhas vísceras tentava acha um motivo por tamanho desencadeamento. Fato que agora tinha endereço e horas de quilometragens. Eu fingia que ouvia e as pessoas diziam me escutar. No final éramos surdos e mudos numa festa sem bebidas. Os dias passaram rápido, os prédios colidiram, a bolsa ficou arruinada e eu estava empregado de novo, olhava para janela e a madrugada ainda me acompanhava. Tive que guardar tantas palavras dentro de mim pois tinha medo em transferir a culpa do que estava sentindo, guardei tudo numa valsa silenciosa. E assim fui chamado de introspectivo, tinha segundo nos olhos e face ao vento... Fui despedido por parecer estranho, mandado embora por não ser cinza quando queriam amarelo.

Foi então que meus dias de quinze anos voltaram os mesmos gestos às mesmas tribos. Eu paguei meu karma no silêncio, paguei nas madrugadas sem rumo. Paguei por simplesmente ter acreditado um pouco mais em mim. Fui perdendo meus carneiros nos pastos, tendo mais chuva nos olhos do que na janela. Despertando solos de violinos tristes. Tentando modificar essa personalidade, virei a pagina, mas a história estava por todo canto. Virei personagem de mim mesmo, recordando por não saber simplesmente recomeçar. Saturando-me os pequenos fragmentos, com esperança de ter esse silêncio fecundado de som. Chega disso tudo, basta dessa procura. Quero meu halloween de volta, quero meu sorriso de volta. Estou cansado de todo esse desmoronamento, dessas faces encobertas. Esse mundo do avesso não é pra mim não,essa terra sem nome. Onde ninguém se preocupa sem ao menos perguntar o que é preocupação além si próprio. Acho que de Rodrigo S.M, virei Macabea dessas que gostam de coca cola. Macabea fantasiada no halloween.

Agora chega de ser piegas, afinal ainda tenho aquela sinfonia, por certo que amarga e doce. Mas ainda sim é minha sinfonia.

Um comentário:

K disse...

[i]meu querido, um texto muito bom...mas como soh no final vc percebeu que ja era insano em 2005??=p....mas diz ai, apesar de todos esses acontecimentos, teve uma coisa boa...vc me conheceu!!

XD


adoro vc!;]