sábado, 11 de outubro de 2008

O Pierrot que não se tornou Arlequim


Colombina:

Olha-me assim, Pierrot...
Os teus olhos, Pierrot, são lindos como um verso. Minh’alma é uma criança, e teus olhos um berço, à luz do teu olhar, tenho ânsias de dormir, para poder sonhar!Os teus olhos dardejam! São dois lábios de luz que as pupilas me beijam...
São dois lagos azuis à luz clara do luar...

São dois raios de sol prestes a agonizar...

Olha-me assim Pierrot... Goza a felicidade de poluir com esse olhar a minha mocidade aberta para ti como uma grande flor, meu amor...meu amor...meu amor não pode ser seu, e sim do Arlequim...não chores meu doce Pierrot!"


Às vezes sem escolha nascemos assim, berço de carnaval. Rosto pintando em cores numa lágrima que desliza a sós. Da face até os joelhos, provando que sua ingenuidade foi abolida.
Sem escolhas o nomeiam de "Pierrot". Fixam teus olhos numa máscara presa neste baile de hipocrisia, e assim sem querer te deparas com aquele velho espelho e vês teu rosto coberto de silêncio.
"Onde foi parar todo aquele amor?".
Tentas empregar resposta a pergunta, mas os ecos não são tão fortes para que te faças ouvir.
Eis um Pierrot e nada mais, encarnação de todo esse amor ingênuo. Reverenciado por ser semblante de um amor puro e enteralado. Sozinho, igual à lágrima que guarda a sois em teu rosto.
Sabes que toda essa pureza que guardavas com precaução fora perdida naquela ultima troca de pares. Sabes que o fim está próximo, e seu amor renegado causara a sequela de toda uma existência. E de tua roupa cinza, agora haverá tons verdes , azuis e amarelo. E de teu rosto pálido, agora haverá um tom vivo conjurando sombras vermelhas.
E de Pierrot apaixonado a findar, Arlequim iras se transformar.

Então de todo aquele amor, sobrarás apenas as apostas de galanteios baratos... Das conquistas antes tão sentimentais usaras teu verso para consagrar a glória, somente da ida até a cama.
Tomarás a sobra de todos os sonhos, de todos aqueles seios descobertos. Nos bailes depois de enjoar de todas as damas e messalinas, irá atrás cobiçar o véu de cada Colombina. E quando conseguir a façanha da face. Somente os cacos irão fazer você notar... Que como Arlequim acharás teu coração! Quando outrora era Pierrot e este foste de ti roubado.
Mas tome cuidado Arlequim! Pois se te fizeres pensar... Desta máscara vai-te abendicar... Quando topares com lágrimas de colombinas a brilhar! Assim tão vil, lembrarás que naquele carnaval o final consagrou. Não só teu lindo choro, mas a velha alma que o chamou de palhaço nobre fracassado.
Pois neste ponto tu serás o unico, pois em coragem arrancará o coração, para voltar co mesmo prélúdio taciturno...Oh! Assim outra vez Pierrot.
Sentiras solidão outra vez. E Terás novamente a mesma dor de toda aquela ilusão. Por saber amar demais...
Serás Pierrot novamente por não conseguir retirar os sonhos de Colombinas que irão segurar a tua mão. Serás isso então, um maldito fadado pela a eternidade a perder sempre sua musa.
Tú meu Pierrot tristonho que renegas em ser Alerquim por não conseguir desmontar os sonhos dos corações como fizeram aos teus...
Não chores ainda! Ao invés disso....Dorme-te Pierrot abandonado! Dorme-te Que irás ter uma colombina que entendas teu choro consagrado. Que te faças esquecer toda essa dor. E que não te desfaça como peça inacabada, dorme-te meu Pierrot e sonhe com as mais belas esperanças.
Pois todo carnaval terá este mesmo final.

4 comentários:

Felipe Anjos disse...

as vezes nosso somo só vem apos termos todas as lições, que em olhores aprendemos e assim vai ...
despertar e não ter mais aquele pesadelo .isso é muito bomm masm em qualquer hora lembrara dele com força e fé talvez...
dormir pode ser bom pra dar a outros o direito de sonhar e se esquecer de brincar com os sonhos do proximo ...
ou talvez não faça diferença os olhares sempre pod ementir de alguma forma menti ..

_Máah_ => disse...

Colombina é a futil mulher moderna de hoje. ela não sabe o que quer, e tem uma utopia de que seus atos não podem machucar nenhum dos lados. ela queria era mesmo juntar em um cara só os dois. em fim, bailes de carnaval sempre me deixa triste, quer ver os de fantasia então. a cada fantasia confeccionada, um ar eh sufocado, porque o mundo não precisa de mais mascaras, e nem de gente que as arrancas, o mundo precisa de Colombinas que têm utopia de nunca querer machucar algumas das partes da história.

Johnny Tsuyoshi Moribayashi Nakahashi disse...

Maldito Arlequim que se julgou amigo!
Maldita Colombina que trocou Pierrot!
Maldita vida que imita a arte!
Sou apenas mais um triste Pierrot...

Eva Cidrack disse...

Que texto maravilhoso! Não há pierrot que não se identifique com ele... Meus parabéns. :}